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Revolução Ecológica

Superlotamos o planeta Terra, e agora? Dá pra começar de novo?


A espécie humana (Homo sapiens) surgiu no planeta por volta de 150.000 anos atrás, e há 70.000 anos iniciamos o que os cientistas chamam de Revolução Cognitiva, foi quando começamos a aprimorar nossa forma de pensar e, sobretudo, de nos comunicar. Se quando surgimos, éramos pequenas tribos de algumas centenas de indivíduos, hoje nos tornamos a espécie animal dominante e não há competidores para o Homo sapiens. Do ponto de vista ecológico, isso pode ser um problema.

Foi após a Revolução Industrial na Europa (final do século XVIII), que a humanidade iniciou a explosão demográfica. Estima-se que demoramos cerca de 100 anos para somarmos o primeiro bilhão de habitantes do mundo, durante o início do século XIX. Surpreendentemente, cerca de 20 anos depois, outro bilhão foi adicionado e, já na década de 60, éramos 3 bilhões de pessoas. Passados somente 14 anos, em 1974, éramos 4 bilhões.

Segundo as Nações Unidas, o número de habitantes no planeta em 2018 era 7,6 bilhões. Estes números mostram nossa impressionante escalada demográfica, fato que levou os cientistas a criarem um nome específico para época geológica no qual vivemos: o Antropoceno (significa que o homem é a espécie dominante no planeta Terra).

Juntamente com o crescimento populacional, veio a urbanização e o padrão de consumo insustentável das sociedades ricas contemporâneas, como a europeia e a norte-americana. O impacto ambiental das cidades em constante crescimento pode ser pensado como o produto do tamanho da população, o nível de prosperidade ou consumo dessa população e das tecnologias usadas. É um esquema que muitos pesquisadores utilizam para calcular o quanto impactamos o Planeta. E convenhamos, impactamos muito!

Embora a Pegada Ecológica real seja muito mais complexa do que o tal esquema, é inegável que as cidades estão dominando a paisagem em todo o mundo e, portanto, algo deve ser feito para reverter a surpreendente perda de biodiversidade e qualidade ambiental, garantindo serviços ecológicos substanciais, como a polinização das culturas, regulação da qualidade do ar e da água, controle de inundações, identidade cultural e bem-estar espiritual, entre outros.

Inegavelmente, os espaços naturais precisam ser preservados. Há a necessidade de criar mecanismos eficazes para a conservação da biodiversidade, salvaguarda da natureza e do patrimônio cultural, além de melhorias dos meios de subsistência e promoção do desenvolvimento sustentável: a criação de Áreas Legalmente Protegidas e Unidades de Conservação são mais que necessárias. Elas são imprescindíveis, porém é preciso fazer direito.

Surpreendentemente, 55% dos seres humanos vivem em áreas urbanas e previsões sugerem que até 2050, poderemos chegar 68%. Há um paradoxo sendo delineado aqui: como uma espécie urbana pode evitar a urbanização? Precisamos refletir profundamente sobre nosso papel no planeta. Em tempos de pandemia, essa reflexão nunca foi tão necessária.

Se de fato tivemos uma Revolução Cognitiva há 70.000 anos atrás, estamos precisando com marcada urgência de outra Revolução, só que desta vez: Eco-lógica.

Pensamos a respeito!


Escrito por: Angelina Coelho

Engenheira Ambiental e Mestre em Ciência e Tecnologia.







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